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Senta que lá vem notícia

Wicca, a religião do Halloween

  • Por Maíra de Paula e Vanessa Fagundes
  • 3 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura

Relembrado no mundo todo, o dia das bruxas é comemorado por adeptos da cultura Wicca.

Foto: Reprodução

No último dia do mês de outubro, muitos povos ocidentais comemoram o Haloween, conhecido mundialmente como o dia das bruxas. O que pouco se sabe é como se originou a data e os cultos realizados neste dia, como os da religião Wicca, o tema da nossa reportagem.

Comemorado por grande parte dos norte-americanos, onde é conhecido como Halloween, a história da data se origina no Reino Unido. O termo "All Hallows' Eve", que significa a véspera do dia de todos os santos, feriado católico que ocorre em 1º de novembro, teve início em festas pagãs do povo celta e que, com o passar dos anos, evoluiu até o que conhecemos atualmente.

Em suma, o Halloween, antes do que conhecemos, era uma celebração para agradecer aos deuses a fertilidade do período de colheitas. Para o celtas, o dia significava uma data em que espíritos demoníacos e fantasmas assombravam as colheitas, algo que foi associado ao longo dos anos com a bruxaria e com a data antecedente ao dia sagrado católico.

Wicca

A bruxaria foi durante a Idade Média condenada pela Igreja Católica, que por meio da santa inquisição procurava extinguir crenças e doutrinas que fossem contra a religião predominante. Neste contexto de perseguição, aqueles que acreditavam na ação de outros deuses e até realizavam cultos satânicos eram sumariamente condenados a fogueira, execuções de guilhotina a céu aberto, entre outras torturas, tudo para se preservar a religião cristã, já corrompida, e eliminar quaisquer indícios de fé que não fosse a dominante.

Em meio a esse período, bruxas e bruxos foram colocados como inimigos do império romano e mortos em grande escala. Ridicularizados, foram os expoentes da bruxaria que, obscura e timidamente, existe até hoje sem a aceitação comum ou a receptividade das pessoas. Seus adeptos são condenados preconceituosamente, mas vale lembrar que tal preconceito nada mais é que a falta de conhecimento sobre o assunto.

A religião Wicca é considerada uma das vertentes da bruxaria, propagada pelos antigos povos celtas no ocidente. Denomina-se como uma religião neo-pagã, criada na década de 50. Um de seus precurssores, Gerald Brusseau Gardner (1884-1964), bruxo e ocultista britânico, escreveu diversas publicações sobre a religião que futuramente viriam ser as doutrinas da Wicca. Segundo Marília de Abreu, bruxa, e astróloga, "Wicca vem de 'wise', que significa 'sábio'. As bruxas eram as anciãs sábias do clã, o ritual de reverência aos antepassados", explica.

Tem como crença o autoconhecimento, o entendimento dos poderes que há na natureza e o equilíbrio do homem com ela, ambos baseados na harmonia entre o sol e a lua, entidades poderosas e influenciadoras para os bruxos. Seus objetos de culto são a deusa mãe, chamada de aspecto feminino, e o deus fertilizador, o aspecto masculino, que possui a figura de um bode chifrudo.

Na religião, celebrações sazonais chamadas de "sabás" comemoram a vida e a morte, ocasião em que wiccanos participam de meditações, agradecimentos, danças e cultuam seus deuses. Há também encontros durante os ciclos da lua, no qual os praticantes trazem oferendas, pedidos e consagrações a fim de se conectarem com divindades wiccas. "Diferente de outras religiões, não existe o padre e o fiel, os seguidores passam por um treinamento para se tornarem bruxos", ressalta Marília que também é formada em direito.

Quanto aos rituais, a bruxa Marília explica que há muita confusão com a crença popular, em especial ao uso de feitços. "A Wicca é uma versão moderna da bruxaria, que é uma religião xamânica, de cultos prestados à natureza. Diferente do que se pensa, feitiços são atos para desencadear a magia e feiticeiros seriam os que se atém a magia sem o conteúdo religioso", acentua.

Em relação aos símbolos, ela lembra que "as pessoas se atém muito ao ritual da missa cristã, especialmente a católica que tem suas bases nos rituais druidicos (bençãos locais), as vestimentas e tudo mais, inclusive o cálice e o pão. Nossa religião e estilo de vida utiliza alguns objetos simbólicos para representar nossa crença, como o cálice e o pentagrama", conclui a bruxa.


Marília de Abreu, nossa entrevistada que é bruxa e praticante da religião Wicca.

Foto: Arquivo pessoal

 
 
 

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